Por Dartagnan da Silva Zanela

ESTOU MUITÍSSIMO DISTANTE de ser um otimista. Mas também, não sou um cabra que esteja próximo do que se caracterizaria como um caipora pessimista. Sou apenas um caipira e, enquanto tal, sou desconfiado. Desconfiado de tudo. De tudo, de todos e, principalmente, de mim mesmo.
Aliás, somente os idiotas, urbanizados ou do mato, não desconfiam de suas supostas boníssimas intenções. É claro que sempre há, aqui e acolá, aquelas alminhas críticas, mui críticas, excrementícias, de corpo e alma, de tão críticas que são, que não conseguem compreender a simploriedade dum capiau escrevinhante que, com suas notas e rabiscos, mais ou menos cáusticos, tenta dar um testemunho sincero daquilo que vê.
Por isso, pra resumir o entrevero, saibam que ser caipira é ser, fundamentalmente, um cético. Isso mesmo. Cético. Cético frente a todas as frescuragens ideológicas, descrente de todos os salamaleques acadêmicos e, obviamente, incrédulo frente a todo e qualquer rapapé político. E é isso, só isso e nada mais.
Pausa para o café porque, ser cético, não é sinônimo de ser um sujeito de ferro.

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