Pároco de Pinhão  Padre Valdecir Badzinski  | Foto: Nara Coelho/Fatos do Iguaçu

Seja para os protestantes ou para os católicos, a páscoa é o momento que o Cristo traz uma nova forma de viver e se ligar a Deus

A páscoa é para os cristãos a maior festa em significação simbólica e de religiosidade. A equipe de reportagem do Fatos do Iguaçu conversou com o  pastor da Igreja Presbiteriana de Pinhão, Sandro Carvalho Rodrigues, Padre Valdecir Badzinski da Paróquia Divino Espírito Santo, e o  que se observa é que tanto para os protestantes como para os católicos, é um momento mais que especial, é o principal, pois é nela que o Cristo traz a libertação dos homens, promove um novo ser e uma nova forma de se relacionar com Deus.

Ambos lembraram que a páscoa já era comemorada pelos judeus, ela era realizada em comemoração à saída do Egito, onde o anjo marcou as casas dos israelitas com sangue e quando veio a praga sobre os primogênitos, as famílias israelitas não foram atingidas. E com essa praga o povo foi libertado e por isso eles comemoravam todo ano como um momento de saída, libertação e imolando um cordeiro. Contudo, o Cristo vem trazer um novo sentido, Ele se faz cordeiro morrendo na cruz em favor e em prol da humanidade.

Ambos consideram que é a data mais importante do calendário cristão

PRESBETERIANOS

Para os cristãos protestantes, a páscoa aponta para a real salvação em Cristo Jesus. “Páscoa significa libertação, saído do estado de morte espiritual para a vida que Jesus veio nos trazer”, explicou o pastor Sandro.

Ele lembra que a páscoa traz o sentido de restauração. “O que Deus fez na cruz através do Cristo foi dar um novo significado, inclusive nossa relação com Ele”. O pastor lembra que antes de Jesus, para as pessoas se aproximarem de Deus, era preciso muita coisa inclusive o sacrifício de animais, dos cordeiros. “A partir da páscoa do sacrifício de Jesus, nós temos livre acesso a Ele, nós podemos confessar nossos pecados diretamente a Deus.”

Reverendo Sandro Carvalho Rodrigues da Igreja Presbiteriana do Pinhão

O Pastor Sandro ressalta que, a páscoa, ou o sentido dela deve estar presente no dia-a-dia das pessoas.” Quando oramos, estamos vivenciando a páscoa, pois foi graças à obra do Cristo na cruz que nos permitiu aproximar de Deus, quando cultuamos o Senhor, a páscoa está presente porque se hoje podemos falar com Deus livremente, falar com ele, é por causa do sacrifício de Jesus na cruz”.

Esperança, essa é a palavra que o pastor ressaltou ao falar da páscoa que, apesar de todas as dificuldades que o mundo e em especial o país passa, a páscoa traz esperança. “A páscoa mostra o amor de Deus por nós, pois Ele abandonou seu único filho na cruz pela humanidade, que se olharmos bem, não merece. Ele abandona Jesus para não nos abandonar e isso é maravilhoso. Foi uma graça recebida, pois o povo não merecia, mas Deus nos concedeu a graça do perdão, do sacrifício do seu único filho, assim, quando enfrentamos dificuldades, sabemos que Deus está sempre por nós, a nos cuidar”.

A CRUZ

Um dos significados da páscoa que os presbiterianos celebram é a cruz vazia,  um símbolo para eles que o pastor Sandro explicou. “Ela mostra que Jesus não está mais morto, a páscoa aponta para o sacrifício e morte do Cristo, mas Ele vence a morte, por isso a páscoa é vida, assim, um dos símbolos da páscoa que enfatizamos é a cruz vazia, ela nos lembra que Jesus vive”.

CANTATA

Durante todo o mês de março a Igreja Presbiteriana do Pinhão trabalhou com o tema da Morte para a Vida, que é o sentido da páscoa, e no domingo, dia 1º de abril, às 19h30 horas, estarão celebrando o culto com uma cantata e com uma mensagem contextualizada sobre a páscoa.

CATÓLICOS

Padre Valdecir  inicia lembrando que a páscoa é uma das festas mais antiga do cristianismo, e que Jesus a celebrou com seus discípulos, porém Ele traz um novo sentido a essa celebração, que deixa de ser comemorada pela libertação dos judeus da escravidão do Egito, não mais a imolação de animais pequenos e grandes. “O Cristo se torna o próprio sacrifício, Ele se entrega como o cordeiro imolado, Ele se entrega como altar, Ele se entrega como o sacerdote imolador, então Jesus sintetiza toda uma tradição de fé judaica, da libertação da escravidão do Egito, a partir daí compreendemos que a páscoa é a nova libertação. Em Jesus Cristo nós nos tornamos libertos da escravidão do pecado, por isso nos tornamos homens novos”.

Padre Valdecir lembra que essa renovação é caracterizada pela ressurreição de Cristo. “Quando Jesus ressuscita, Ele garante a nossa ressurreição também. Assim, a vida nova não é necessariamente aqui e agora, cronológica, mas a vida eterna”.

Ele explica que a páscoa é alegria. “Quando nasce alguém, quando temos uma conquista, uma vitória, nós celebramos com júbilo e a páscoa são os pilares da vida eterna, por isso a celebramos com alegria. Não tem como celebrar a páscoa sem alegria, ela é sinal natural, automático de alegria, as crianças, as famílias, a igreja, a própria sociedade tem uma alegria contagiante na páscoa e isso é um mistério divino”. E acrescentou. “A páscoa é sinal de vitoria de um povo, vitoria nossa sobre o homem velho, sobre o pecado e é sinal de alegria de um povo que celebra essa mesma vitória.

COELHO E O OVO

Padre Valdecir conta que os símbolos da páscoa, o coelho e o ovo são pagãos mas foram ressignificados pela igreja. “ Quando olhamos para o coelho, o ovo de chocolate, não tem como não ficar alegre, é automático e eles tem uma ligação muito forte com a ressurreição, pois ela é motivo de profunda alegria”. Ele complementa a explicação. “Os ovos e o coelho foram trazidos para celebrar junto com os símbolos religiosos por causa da fertilidade rápida, no caso do coelho, e o ovo tem o mistério divino interior, o ovo é um mistério, de dentro para fora vem uma nova vida, o ovo cristão é o próprio túmulo de Cristo, e o túmulo é morte certa, é restos mortais e do túmulo nasce a vida, abertura da pedra do túmulo é a quebra da casca do ovo, quando o que está dentro sai para a vida”.

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