Por Dartagnan da Silva Zanela

“A vida da vida mortal é a esperança da vida imortal.”

(Sto. Agostinho)

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O homem é aquilo que está em seu centro ontológico. Somos, através de nossos passos, gestos, palavras, pensamentos e conflitos (internos e externos), a irradiação daquilo que habita em nosso centro vital.

Visualizamos com grande clareza a imagem impostada no centro de nossa alma em uma época como esta: o Santo Natal.

Nesta época do ano, o tempo todo se fala do Natal, sobre os preparativos para a festa, mas em que medida, digo, de que forma nos preparamos e comemoramos essa Santa data? Eis aí uma pergunta simples e impertinente que deverá ser respondida unicamente por nós no silêncio de nossa alma, em uma visitação discreta ao centro do nosso ser e verificar o que está sendo festejado intimamente com o nome de Natal e constatar com as meninas de nossos olhos se esse júbilo é realmente um festejo Santo.

O mundo moderno, a todo o momento, labuta para mais e mais fragmentar a nossa alma e nos tirar do centro natural que é o Logos Divino, visto que, é apenas Ele que nos liberta dos tentáculos mundanos que tanto trabalham em prol de nossa escravidão eterna.

Não é por menos que justamente em datas Santas como essa que essas terrificantes forças intensificam a sua atuação para desviar a nossa atenção daquilo que realmente é central e que deve ser celebrado por nós no vigésimo quinto dia de dezembro: o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Logos Divino Encarnado, o nosso Redentor.

O brilho da Luz que brilha e que nos guia por essa noite de plúmbeos ares é a alegria que não pode ser esquecida e que deve ser lembrada e vivida no correr de todas as alvoradas e crepúsculos de nossa vida, pois é essa Luz, que deve ocupar o centro, tornando-nos pessoas homogêneas e centradas na Boa Nova que se anuncia a partir de Belém.

Assim, creio eu, o Natal é Santo e é feliz porque renova em nós aquele desejo de nos fazermos infantes para entrar no Reino do Céu e no anseio de que o ano vindouro faça-se abençoado por aceitarmos que, através dos átrios de nosso coração, o Reino seja proclamado ao mundo e vivido diariamente através de nossos pensamentos, palavras, gestos e resolução dos nossos conflitos internos e externos.

Esse é o centro a ser cultivado por nós. É isso que devemos celebrar em nosso coração, mesmo que o mundo esforce-se em nos afastar da Luz que nos faz ver quem somos e, como a um farol salvífico a nos aponta o caminho a ser seguido por cada um de nós para tornarmo-nos a pessoa que devemos ser. Que Deus quer que sejamos.

Feliz Natal e um abençoado 2017.

(*) professor, cronista e bebedor de café.

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