Fotos: Nara Coelho/Fatos do Iguaçu

No Brasil, uma lei desde 2000 determina que haja frentistas em todos os postos, pela última estatística realizada pelos sindicados dos empregados de postos de combustível em 2015, o Brasil contava com 500 mil frentistas.

No Pinhão, a família Lupepsa, que há mais de 30 anos trabalha no ramo dos combustíveis, emprega 28 funcionários, entre eles os frentistas, tendo inclusive uma frentista atendendo no Posto Novo Fox.

Trabalhadores que precisam estar sempre com sorriso estampado no rosto, com disposição para um dedinho de prosa enquanto abastecem, calibram os pneus ou verificam o óleo do carro, e tudo tem que ser feito com agilidade, segurança e de bom humor, pois, afinal, eles são o cartão de visita do posto, são eles e elas que recebem e tem o contato mais direto com os clientes. E ainda tem a limpadinha rapidinha no para-brisa e faróis.

Para homenagear os trabalhadores, o Fatos do Iguaçu resolveu conversar com dois frentistas, um é Anísio da Silveira Caldas, que em 1996 iniciou no Posto BR, que todos conhecem como “Posto do Alceu”, que era em frente ao Colégio Morski, e hoje está na avenida Trifon Hanycsz. Hoje, Anísio trabalha  no Posto do Trevo, que fica próximo à PR 170. Quando começou a trabalhar como frentista, tinha 28 anos e seu patrão era o Alceu Lupepsa e ele via o filho dele, Alcione, correr e brincar pelo posto, hoje, passados 22 anos, quem comanda o Posto Trevo é o filho Mauricio.

Anísio da Silveira Caldas

Anísio é casado, pai de três filhos, nos conta, “Esse foi meu segundo emprego, aqui cheguei e fiquei porque o trabalho e os patrões são bons, a gente trabalha muito, é cansativo, mas é muito gostoso e se ganha bem” declarou entre risos. E recordou “Quando comecei no posto morava numa casinha de madeira, hoje tenho uma boa casa de alvenaria”.

Já o frentista Edilson José Antoni é casado, tem uma filha, está com 40 anos e trabalha há 5 anos no Posto BR e na conversa fica muito visível o quanto ele gosta do que faz e que não pretende sair de onde está.

DIFICULDADE

Para eles, o mais complicado é ter que trabalhar 8 horas em pé, e falam que precisam ser ágeis, “precisamos estar atentos, o cliente não gosta de esperar, mas é preciso ter muito cuidado e segurança, pois trabalhamos com um produto perigoso” lembram os dois frentistas.  E reforçam: “e sermos atentos, pois nós lidamos com dinheiro”.

CONFIANÇA

A proprietária Izabel Lupepsa, fala que quando contrata não se preocupa com a experiência, mas que precisa sentir disposição no funcionário. “Para nós, bom funcionário é o que veste a camisa da empresa, não precisa ter experiência, mas disposição em aprender e desenvolver as atividades. Precisamos sentir que podemos confiar no funcionário, isso é essencial para nós” Em relação aos dois frentistas, ela diz: “O Anísio e o Edilson são ótimos funcionários, estão sempre prontos a realizar o que precisa ou se pede. Entre risos, o Anísio já faz parte do posto, está com nós desde que começamos”.

Pelo cálculo deles, eles abastecem uma média de 200 carros por dia, e Anísio lembra que quando ele começou, eram poucos carros na cidade e hoje tem muitos e ele que trabalha próximo à PR acaba conhecendo gente de vários locais, até estrangeiros. “No posto lá do Trevo, chega muita gente de fora, inclusive tem que ficar atento porque é comum chegar uruguaio, argentino, paraguaio, e ai a gente tem que compreender o que eles querem”.

AMIZADES

Mas os dois concordam e falam juntos que o bom do trabalho são as amizades que vão fazendo com os clientes, pois entre a abastecida e uma calibragem de pneus, sempre sai um dedinho de prosa. “Eu sempre tive vontade de trabalhar no posto, e consegui, o que é bom, a gente faz bastante conhecimento, vamos fazendo amizades e isso é muito bom” falou Edilson. E Anísio complementa, “Moro no Dois Irmãos, se eu resolver  ir a pé pra casa, não consigo ir, sempre ganho carona. Uma vez minha filha ficou internada em Guarapuava 10 dias fui e voltei todo dia de carona, só com as amizades que fiz no posto como frentista”.

Questionado se trabalhar no domingo era ruim, Anísio responde rápido, entre risos. “Não, a gente nem vê passar o dia, o movimento é maior que dia de semana, tem hora que nem dá pra dar um dedinho de prosa com o cliente”.

Edilson José Antoni

Para eles, é preciso gostar do que se faz, pois o trabalho é a segunda família. “Ficamos aqui mais tempo que com a família, assim, precisamos nos relacionar bem. Aqui os colegas são tudo 10, é uma boa equipe de trabalho”.

Ao longo dos tempos, os clientes mudaram, hoje, tem muita mulher motorista,  antes, os clientes eram mais fechados, até um pouco brutos e hoje, a maioria é bem educada, cumprimenta, sorri.

“Às vezes aparece um cliente mais fechado, que nem bom dia dá, mas a gente pega o jeito do cliente e o atende com a mesma boa vontade, porque todos merecem ser bem atendidos” afirmam.

E ao findar a entrevista expressaram que, para ser um bom trabalhador, é preciso amar o que se faz. “Quem começa a trabalhar tem que entrar e segurar com as duas mãos, emprego não está fácil, precisa valorizar e ter amor pelo que se faz e realizar com gosto e vestir a camisa da empresa”.

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