Mais uma crônica de Francisco Carlos Caldas

Quando fico sabendo  do acometimento ou morte de alguém que tinha o mal de Alzheimer, surge preocupações com essa doença, que judia muito de familiares do doente. Não tenho noção do que passa ou não passa pela cabeça do doente.

No dia 16/05/18, faleceu em Petrópolis-RJ, com 93 anos,  atriz Eloisa Mafalda, que entre outras personagens foi dona Nenê, na 1ª. fase de “A Grande Família”; cafetina Maria Machadão da 1ª. versão da novela “Gabriela” (1975). Mais um  talento vítima do Alzheimer, e quando histórias e ideias  interessantes  ficam e vão para sepulcros.

Já convivemos com essa doença em familiar, alguns parentes e amigos.

O comum são mortes por  problema cardíacos (coração),  câncer ou AVC (derrame). O ALZHEIMER também vem pegando.

A mãe deste pensante e ora  escriba se preocupava com o fim de seus dias. Não queria causar incômodos, sofrer ou causar sofrimentos e falava em “boa morte”, e morreu lúcida e como queria. Apagou, como se tivesse dormindo e ninguém acompanhou seus últimos momentos e como se despediu da preciosa  vida.

Uma velhice com a cabeça boa, tem um potencial de muitas produções e realizações. Muitas histórias para contar, escritos por fazer e organizar, árvores por plantar, passeios, visitas, fortalecer laços de amizade, sucessão e legados estratégicos e muita coisa boa e construtiva. Já houve quem dissesse que  “A vida é curta demais para ser pequena”. E como dizia Madre Tereza de Calcutá, quando lhe questionavam que trabalhava muito:  “….depois da minha morte terei bastante tempo pra descansar.” Mas temos que conciliar essa disposição para o trabalho  e fato de que a preguiça caminha tão devagar que a pobreza logo à alcança,  com o ócio criativo dos antigos helênicos e do  sociólogo italino Domênico De Masi.

O mundo das ideias é fascinente. O pensar é algo fantástico. Não foi à toa, que o filósofo francês René Descartes (1596-1650) disse “Penso, logo existo”. O ato de pensar desperta sonhos, e estes são melhores que as conquistas reais. E na pior das hipóteses se tudo que você pensou, sonhou, matutou, se preocupou, não aconteceu como desejado e lutado, tem tudo  para ser um bom exercício para a mente de ato de prevenção de saúde mental e combate ao Alzheimer. Mas é evidente que só o pensamento sem ação, a exemplo da fé sem obras, a  vida fica sem sentido.

Em síntese e outras palavras, e ainda que leigo em medicina, psiquiatria e psicologia. O trabalho e um bom uso da mente,  tem tudo para ajudar em muito, o prevenir/evitar o mal de Alzheimer, de causas ainda um tanto desconhecidas.

Francisco Carlos Caldas, advogado, municipalista, cidadão. | E-mail [email protected]

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